quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Um tempinho




meus passos são largos. e desliso pela rua feito um veiculo monotrilho.

a maior parte do tempo não admito e, também não acredito, não sou um artista. e mesmo que fosse, não mudaria nada. mas o fato é que o sou e devoro tudo o que produzo antes mesmo de pôr pra fora.

desco a ladeira preparando um banquete, como-o. e me ofereço um cigarro de sobremesa.

***

tenho muitas vidas. hoje tive a oportunidade de ser um idolo, cortar o rebanho, me esquivando ao máximo. voce não é capaz de imaginar o prazer que sinto em desviar de suas mãos. uma chuva de glória, é despencar no abismo celestial, roçando em sexos de anjos sem precisar se importar, pois é deus e, os criou com esse único propósito.

***

estou cansado.

***

e num passe de mágica, me refaço.

ora volto e revivo todas as coisas belas que ja recebi. todas vocês. foram e são a alegoria e a cor da minha existência. e eu fiz boleros. as mulheres que dançam, que sorriem, esbravejam, que se aconchegam, que enlouquessem, que se vestem e perdem as calcinhas, que cantam, choram, e compõem, são metade de mim. a outra metade foi antes de vocês, antes mesmo de mim, a outra metade era só a beleza viva, de uma juventude que jamais terminaria. beleza sem motivos, nem pretenções, ou intenções. beleza em estado bruto, que uma simples palavra, o nome das coisas, seria capaz de desvirtuar.

sim acabei de devorar tudo.



Um comentário:

Danieli Casimani disse...

este texto me parece uma folha em branco... um convite para se dizer algo. Nem sempre o eu é o texto. As palavras fluem quando são minha verdade e se eu fujo dela o texto fica assim em branco...

é o que eu acho.

bjo