sexta-feira, 5 de setembro de 2008

[subterfúgio póstumo]

Aprendemos a rejeitar as formas estruturalistas e todos os outros sintagmas incongruentes que isso atrair. A cada dia a poesia nos ensina a amar, nos ensina a nos aceitar. A chama, a vida. Aprendemos a amar o amarelo, o vermelho, o azul simplesmente por serem o que são. Descobrimos que o brega deveria chamar-se soul. Descobrimos que morte e vida serverina é a pura pulsação. Ela nos ensinou o que é a classe... a irreverência. E nos deu seu alento por percebermos isso: um momento de glória. Nos mostrou mais uma das faces do duende. E por isso: obrigado. Aprendemos a subir no altar com toda classe. Classe: o poder que todos sentem e ninguém explica; o dominador da estética e das luzes. Bukowski foi quem chegou mais perto. Ela nos mostrou o quão ridículo são os rizinhos sarcásticos. Nos mostrou a mesquinhez das ameaças. Com ela aprendemos o real significado da palavra respeito. Respeito a tudo que é sagrado, a todas as pessoas. E a vida cresce fazendo brotar rosas no asfalto, no peito, na língua. E que de hoje em diante tenhamos serenidade para amar. Eis o legado.
Em memória de Waldic Soriano.

[interlúdio do diário]

O Dia estava ensolarado.
Esse inverno de aquecimento global tem deixado meus olhos inchados e minhas psicossomáticas ITES estão todas atacadas.
Em verdade vos digo: Cansei de ser certinha, a referência o cabelinho bem arrumado, as roupas passadas. O quê que tem a roupa a ver com isso? Ahhh...ontem eu vi como podemos ser sujos, um comentário maldoso com um cinismo exacerbado. O legal mesmo é ver a sua cara de bosta quando estamos, mais uma vez fazendo jus a nossa fama.
Não sei se é o caso de não ser certa, acho que estou cansada da polidez, dos excessos, da hipocrisia, acho que é essa a grande verdade. A vontade que tenho e largar um foda-se e depois dizem que temos livre-arbítrio (bahhh). Fala sério! Será que alguém acredita realmente que somos livres? Se assim o fosse não estaria aqui nesse momento, estaria pegando onda numa praia por ai, com duas pranchas nos racks em praia afrodisíacas, só isso...
E ainda há sol lá fora. “Mas, é claro que o Sol voltará amanhã”. Ainda sim agradeço, pois essa depressão, com certeza, melhora quando o sol bate às minhas costas frias.
Na verdade hoje é apenas um desabafo.
Acordei mal, parece que em sonho fui onde nem os guardiões dos portões do inferno vão. Com uma imensa dor de cabeça, e um gosto metálico na boca. Quando estou assim parece subjugação...Ah você não sabe o que é? Procure no Santo Google, lá tem quase tudo. Ou então em Kardec, 'Livro dos Espíritos', não me recordo o capítulo, mas onde fala sobre 'fascinação e subjugação'.
Sol está lá fora e não me aquece, tenho frio e preciso de você.
Preciso que alguém me salve, será que Narciso? Não, ele não se preocupa com que não é espelho.Pablo?João? José? Carlos? Gabriel? Guilherme? Marcos? Victor? Douglas? Rafael? Lázaro? Andres? Edilson? Celso? Wagner, podia ser o Moura. Apenas um animus, acho que tudo está em mim.
Por agora talvez um prozac, um rivotril, ou uma fluoxetina básica, já me salvaria...
Mas, eu sei que não é nada disso, basta-me apenas que seu sorriso me abrace e me tire desse marasmo ou será um sarcasmo?