domingo, 25 de dezembro de 2011

mermão

então mano... eu tava procurando uns aliados por aí... mas aquelas minas, tá ligado, era tipo umas artista-puta profissional. aí é demais pra mim né? quer dizer... essa minha arte deve ser, meio que, amadora por excelência, tá ligado. essas aí que eu achei tão até dando entrevista pro jô e tudo mais, e não quero isso tá ligado? sou dono de um tipo de talento muito mais genuíno... mas é phoda, a pior parte é juntar as parceria, porque, tipo: eu também quero dá uns fight... e até dou, mas geralmente é sem licença poética, e isso aí faz a maior falta... e sempre, sempre que eu arranjo uma foda firmeza, no final a mina fica com aquela cara de parva, como que esperando que eu vá fazer algo surpreendente incrível ou dizer algo genial, porra sou só um cara e, com o pau já mole... cá entre nós mermão! elas deviam se ligar que a graça é essa: poder ser, depravadamente inteligente e, ao mesmo tempo, deliciosamente burro. ou tô errado?



domingo, 11 de dezembro de 2011

nos ultimos meses tenho feito trabalhos pesados e isso tem me deixado satisfeito. só que, mesmo assim, ora em outra eu acabo me disculpando por isso. ergo uma marreta de dez quilos centenas de vezes por dia e a descarrego sobre os outros, esse chão que deus criou.

tomo café incontaveis vezes ao dia e meu amigo Sergio me aconselhou a me alimentar melhor. não sei se posso, quero, ou tenho motivos pra isso.

todos somos em parte patéticos. o que nos alivia um pouco é lembrar que essa não é uma condição exclusiva. há sempre bons momentos, que ficam para história. sei que hoje sou uma pessoa melhor, já não anseio tanto pelo futuro. e o contrasenso é que parte de mim, nem pensa em festejar por nada, mas há outra parte que comemora por cada gato que agarra um rato.

parte de mim deseja amar desesperadamente como a marreta que decompõe do solo. dançe para mim mais uma vez, não me importo com a dança, mas amo essa tua liberdade.

o restante não deseja nada.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Um tempinho




meus passos são largos. e desliso pela rua feito um veiculo monotrilho.

a maior parte do tempo não admito e, também não acredito, não sou um artista. e mesmo que fosse, não mudaria nada. mas o fato é que o sou e devoro tudo o que produzo antes mesmo de pôr pra fora.

desco a ladeira preparando um banquete, como-o. e me ofereço um cigarro de sobremesa.

***

tenho muitas vidas. hoje tive a oportunidade de ser um idolo, cortar o rebanho, me esquivando ao máximo. voce não é capaz de imaginar o prazer que sinto em desviar de suas mãos. uma chuva de glória, é despencar no abismo celestial, roçando em sexos de anjos sem precisar se importar, pois é deus e, os criou com esse único propósito.

***

estou cansado.

***

e num passe de mágica, me refaço.

ora volto e revivo todas as coisas belas que ja recebi. todas vocês. foram e são a alegoria e a cor da minha existência. e eu fiz boleros. as mulheres que dançam, que sorriem, esbravejam, que se aconchegam, que enlouquessem, que se vestem e perdem as calcinhas, que cantam, choram, e compõem, são metade de mim. a outra metade foi antes de vocês, antes mesmo de mim, a outra metade era só a beleza viva, de uma juventude que jamais terminaria. beleza sem motivos, nem pretenções, ou intenções. beleza em estado bruto, que uma simples palavra, o nome das coisas, seria capaz de desvirtuar.

sim acabei de devorar tudo.