terça-feira, 22 de julho de 2008

[subterfúgio da (pre)caução]

Olhando em volta fiquei um tempo parada.
Não conseguia entender o que estava me acontecendo.
Letargia.
Confusão
Uma história sofista ficava me apunhalando a mente.
Tentava achar uma explicação, para aquilo.
Para quê tentar me persuadir desse jeito?
Haveria uma explicação?
Haveria de me entender.
Meu ego se encheu quando ouvi.
Mas, não poderia ser verdade.
Será?
Respirei fundo
E não havia muito ar bom,
a umidade relativa do ar estava nesse inverno muito baixa.
Minha bronquite estava ataca.
Achei melhor ir até o hospital e fazer uma inalação
Só por precaução.
Aliás o que tenho feito nessa vida é: me precaver.

Milla Charm

segunda-feira, 21 de julho de 2008

[interlúdios do espelho]

o professor e narciso

Você é lindo cara.
Não você que é lindo, eu sou o inteligente.


o intelectual e a puta

Não me venha com essas mãos safadas, só quero fazer uma troca.
Troca... você quer é absorver... obsessão
Perversão
Encenação
Amôr
Por uma noite já basta
Não
Não?
Não.


o crente e o bêbado

...
Ah! Cale essa boca! Eu também serei salvo... Ultimamente eu tenho criado não só textos – intertextos, o que é até mais interessante. Porém a importância deles não vence o meu desinteresse – agora o desencanto é notório. Por isso, estes, apenas serão escritos em casos extremos. O mundo está acabando e eu já nem ligo mais. Minha cachacinha é mais importante – e quanto a você... pode ficar até amanhã batendo palmas pra jesus. Eu nem ligo.

sábado, 12 de julho de 2008

[subterfúgio da voz]

Como o ar pra respirar. Foi assim que esse momento arrematou meu ser. O gole de vinho e o trago do cigarro. Senti todos os átomos do meu peito apoiados sobre a poltrona. Andei pensando em fazer um ensaio: sobre o prazer e a curiosidade. Bem talvez eu o faça mais tarde, mas isso agora não tem importância...


[a solidão]

Pois é minha feliz e comum amiga... quer uma resposta? Te darei... sim sou um solitário. Mas isso não tem haver com a quantidade de amigo que tenho, pois eu poderia ter mil e, ainda não seria suficiente para sanar minha solidão. Pessoas solitárias podem estar cercadas de gente; continuam solitárias. E se você tem pena de mim... isso só prova que você é tão comum o quanto eu imaginava. Pois bem... saiba que meus poucos amigo satisfazem minhas necessidades. O resto é a solidão crônica de minha alma, que nem você, nem ninguém, há de tirar de mim. E sinto muito pela sua crença.
Se tudo isso faz de mim um merda, o que fará então de você? Pois é, prefiro continuar sendo uma merda única.


[a raiva]

Hoje eu celebro o anjo velho.
No meu lixo
Me reencontro em paginas e paginas e paginas
De letras obsoletas
Desenhos paupérrimos
Arrumo tudo com o maior cuidado
No meu altar inútil
E masoquista
Expedito me olha com a ingenuidade
de quem nunca viu uma buceta
A ele faço o brinde

As vezes (só as vezes) eu compreendo a vilania inútil e tola. José Carlos nunca perdoou ninguém, a falta de uma carta de despedida foi a ultima de suas indelicadezas, a falta de motivo foi seu ultimo ativismo – não é qualquer dia que se pode tacar ovos e Josefina e atirar um livro no Gregor.


[...]

Boa noite.