terça-feira, 30 de novembro de 2010

[subterfúgio da convergência]

% Marlene tinha fixação por bigodes.

§ Márcio não sabe dançar.

@ Jair gosta da bonecas.

# Elaine rabisca as paredes do quarto.

% Todos os dias no banho, brincava de se barbear com a lâmina do pai, na esperança de que em alguns meses fosse premiada. tal hábito a fez desenvolver um talento único e, hoje em sua galeria, exibe os mais excêntricos trabalhos.

§ Aos dezessete anos se iniciou na vida boêmia. De pé. Num canto da pista se segurava num copo, e encantava as mulheres com sua atitude desinteressada.

@ Da janela do apartamento, viam-lhe o rosto de vez em quando. Ele ria quando se lembrava da condição limitada das pessoas, afinal, ninguém possui uma visão curva para ver se santuário. 169 barbies.

# Todos os anos precisava pintar as paredes da casa, pois estavam fechadas. Intitulava os cômodos da casa com as estações do ano e desenhava um metro quadrado por dia.

& E havia, também Evaristo: e em que ele se relaciona com tudo isso? Não muita coisa. Ele apena gosta de um belo rabo.

sábado, 27 de novembro de 2010

[subterfúgio malandrex]

Fumaça estava radiante, dentro de um terno de R$ 129,90 comprado na C&A em três vezes sem juros. Feito o vento cobria as lustrosas calçadas da Avenida Paulista. Eis que de repente, uma torrente de glória abateu seu magro ser, descobrira de supetão a Augusta.

Mesmo sendo onze e quinze da noite, ele fez questão de sacar o oakley escuro do bolso e adornar a testa. Com a outra mão, se muniu num rápido movimento com seu novo celular, deu o play num belo pagode romântico e assim, abusando do swing da cor, desfilou pela Augusta, enquanto lançava sedutores olhares às novinhas que lhe cruzavam o caminho. E à primeira que lhe deu ousadia, se apresentou: e aí gata, meu nome é Wanderkcleydson.

[...]

Era uma vez uma gordinha pouco aceita, Leidimar, na ânsia de pôr em prática sua sexualidade, fazia topava de tudo. Mal sabia ela que, nunca antes na história desse país, uma mulher que acasalara com tantos machos. E sim, ela esfregaria isso na sua cara sua raquítica.

[...]

Foi uma noite da mais pura fuleragem…

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

[subterfúgios as três da manhã]

As cinco da manhã seus olhos tinham areia olhou seu corpo a meia luz e desejou estar em outro lugar. Sentiu o peso de sua perna e esqueceu o que a levara até ali. Pensou que sua vida era tão simples, uma rotina besta, trabalho, estudo, igreja, filho, cachorro, uma trepada com “KY”e tudo ia bem...

Agora as cinco da manhã com olhos de areia, meia luz e uma silhueta em sua visão, parecia tudo um tanto dantesco, ficou confusa e pensou “ eu fiz de novo”. Levantou sem fazer barulho andou nas pontas dos pés, foi até o banheiro olhou no espelho e não se reconheceu, falou baixinho se olhando “eu fiz isso mesmo?”

Sentiu um frio e caiu no chão, não sabia se era seu sangue ou o dele, mas havia muito sangue, fraca fechou os olhos.

[interlúdio dos três]

Eram duas ou três da manhã eles eram dois ou três, Samantha soltou uma gargalhada e pedia mais um gole. Olhou e viu um corpo bonito no espelho, era o seu? Willian lhe chamou, mas a chamou de Paula? Sam ficou confusa e choramingou “Will vem pra cá!!”, ele a abraçou de conchinha ela sentiu um perfume diferente “Ahhh Will para com isso...” Sentiu as mãos abrindo suas coxas e percebeu que não estavam a sós. Mas já era tarde eram três da manhã ou mais...

[interlúdio suícida]

Suzana esta só, pediu uma pizza, assistiu mais um filme, abriu a geladeira pegou uma coca-zero, misturou na tequila, fechou seu notebook, acabara de mandar os e-mails as 3 da manhã avisando de sua morte as 3:15

[interlúdio escrito]

Acordou assustada, que foi aquilo? Pensou “ será que tomei meu remédio”. Levantou foi à cozinha bebeu água, respirou ligou o computador e foi escrever...


[prelúdio materno]

O bebê chorou e mecanicamente Alice levantou sonada e foi vê-lo. Entrou no quarto e o olhou estranho e o bebê dormia muito bem. O olhou mais uma vez, como é lindo e pacífico um bebê dormindo, suspirou, sentia-de cansada, mais feliz, afinal ela demorou tanto pra ter aquilo e agora tinha medo , medo de perder as rédias, ficou ali olhando e perdeu a noção do tempo voando em seus pensamentos, voltou pra cama e o bebê chorou.

[amanhã ressaca]

Abriu a porta e entrou sem fazer barulho as três da manhã tudo parecia muito alto, quase tropeçou em um brinquedinho do seu irmão, não aguentou correu pro banheiro e vomitou...






segunda-feira, 8 de novembro de 2010

[interlúdio metropolitano]

Seu nome é Antônio e anda tranquilamente pelas ruas de São Bernardo. Observa com interesse e contempla a desarquiteturta da cidade.

São botinas batidas as que pisam o chão, de couro cru e cheirando a esterco. As barras das calças dobradas e emboladas, deixando a mostra os tendões. Pó. No bolso o canivete, fósforos e o fumo de corda. E sobre o peito uma camisinha xadrez empapada de suor. Chapéu de feltro na cabeça. Ao ombro uma enxada de cabo liso sendo segurada.

E na cintura, por entre o cinto fininho de couro, a herança de família, um 38 com o número de série raspado.

Eh fresquinha boa.