terça-feira, 11 de outubro de 2011

A máfia dos artistas mirins


Devemos aceitar e acreditar, na necessidade e verdade de tudo que nos cerca, mesmo quando tal fato ou necessidade não são reais.

Sim. É claro. Convêm-te dizer isso hoje. Eu não estive e não estou preparado.

Sim? E que culpa eu tenho? Até então você se vangloriava de ser simplório. Não percebe que é um cão pedinte? E certamente, há uma verdadeira poesia nisso. Mas nem todo poesia será eternamente sublime. Há algo mais poético que o diabo?

Concordo. Tenho manias inacreditáveis.

Você criou um mundo fantástico que ninguém mais poderá habitar.

&

Desceu do ônibus e encontrou a simpatia na forma de uma jovem. Jovem que flertava por hábito.


Olá como vai?

Tranqüilo...

E aí? Ta fazendo o que?

Só indo pra casa.

Encosta a cabeça no obro: quer-me?

Onde?

Há certo receio. Aquilo não era correto, quisera ele, já há tempo abandonar esse moralismo que sabia não ser seu. E ele nunca o fizera seu de fato.

Em casa. Moro aqui perto.

Sim. Vamos.

Na casa havia uma festa. Um grupo de jovens num sofá, outros na cozinha preparando bebidas, gente em pé encostada na parede, tantos outros fumando no quintal. Mas não viu ninguém, ninguém o viu. Ele somente era conduzido e, mesmo assim, a perdeu. E isso o fez perder-se também. O que mais o incomodava era isso, ela nunca seria significante para ele. Logo: pouco importava. Saiu à caça sem ter fome.

Acordou.

&

Houve tentativas, mas ninguém o suportou. Diga-me: tem paciência de viver com deus? Ou culhões de suportar o diabo? Qualquer meio termo não vale a pena.

Fecha os olhos e vê.

Fecho os olhos e não vejo mais nada.