quinta-feira, 3 de abril de 2008

[subterfúgio existencial]

Uma vazia mente me enche de tédio.
Nesses dias desconcertados, talvez Camões tenha razão, em “Desconcerto do Mundo”. Onde estará a nossa parcela de culpa?
Não quer ir buscá-la, e não quero ser centrada, preciso a margem.
Pára de achar que tudo é errado, algumas coisas são certas. Estão certas, mas eu estou ainda à margem.
Ah, não quero mesmo ser centrada, certeza!
Certeza? Como cravos e canelas?
Não gosto do gosto da canela do vinho quente e nem de cigarros de cravo.
Cravo seria um instrumento, como a minha mente medieval? Não vazia?
E a canela não seria aquela que eu bato na ponta de minha cama, quando acordo no avesso.
O avesso que legal, não é? Onde se esconde a risca de giz que o alfaiate usou para costurar tão lindo seu terno de veludo azul.
O veludo que é fetiche de minha mente, ainda vazia?
Não acho mais o tédio impreciso de minha mente a vagar entre tudo isso.
Será mesmo vazia?

Milla Charm

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