quinta-feira, 17 de abril de 2008

[subterfúgio cinza]

Qualquer coisa parecia mais interessante, do que aquilo.
Seria preciso um outro tipo de manifesto?
Não agüentava mais aquele discurso repetitivo e cheio de hipocrisia. Há muito percebia que sua ideologia não mais me convencia. Queria mandá-lo calar, até quando ele se acharia o centro das atenções, aquele egocentrismo estava por demais irritando.
Cocei a cabeça e cruzei e descruzei as pernas, impaciente abri a bolsa para pegar meu espelhinho e retocar a maquiagem. Vi que havia uma ligação perdida no celular e resolvi sair daquele cubículo, pelo menos tinha uma desculpa.
No celular era Rouxelle, o que seria dessa vez? Será outra briga com Pedro? Será que dessa vez ela daria um basta nos seus delírios e se fosse pior e se ela estivesse numa roubada, ela sempre se metia em encrencas e eu estava sempre tentando tapar o sol com a peneira, afinal desde pequena sempre livrei-a dos problemas. Mas agora estava passando dos limitess o vício havia tomado conta por demais de sua vida besta. Na verdade estava cansada de salvar Rouxelle, mas está no inferno abraça o capeta, não e?
- Rouxelle?! Oi é Mi, fala baranga o que você precisa agora?
- Porra Milla não fala assim comigo....
- Você viu que horas são?
- Até parece que você estava dormindo se te conheço você estava com o reacionário do Silvio, não é?
- Afffe fala o que aconteceu?
- Vamos para o Liderança?
- Ahhhhh pára, não agüento aquele lugar, não sei como você consegue, aqueles babões, Ro, não dá pra mim e nem curto jogar, fazer lá o que? E o Pedro?
- Está lá pra variar, dormindo cheio de conhaque e uma bela trepada, ronca feito um porco.
- Você adora vai! Se não fosse isso não estaria com ele até hoje.
- Não Sei Milla, acho que já era.
- Duvido!
- Enfim você vem ou não ?
- Vou sair daqui e passo lá pra ver se você ainda está viva.
- Ok, beijos xau.
- Xau sua maluca!
Agora eu tinha um motivo bom para sair dali. Dei um breve adeus para o Silvio e fui àquele lugar peçonhento.
O caminho sempre estranho, sempre achava que alguém me espreitava, ainda era outono? Há dias não via o sol. Pelas minhas contas deveríamos estar quase no inverno, aqueles dias sombrios, queria logo um sol de verão, estava cansada do cinza, das cinzas, elas só serve quando renascemos como a fênix, mas estava longe de renascer, apenas cansada dessa vida besta.

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