sábado, 14 de janeiro de 2012

Nasceram Flores

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naquele dia desde cedo lhe surgiu uma estranha coceirinha por cima da orelha esquerda. uma certa dormência.

jana usava um vestidinho bem curto. caminhava contendo-se, parecia recear que a priquitinha de repente saisse voando. não que se importasse se a pombinha batesse asas e voasse. mas não daquele momento, não era esse o tipo de glória que ela gostaria que ficasse em sua memória.

mediu com exatidão na mão a quantidade de creme pra pentear, durante o trajeto foram exatas145 olhadelas no espelho para conferir o visual. chamou a atenção, cada uma delas, uma pequena veruguinha, que aparecia e crescia ali, no local da dormência, agora promovida a ardência. respirou fundo: abstráia memina, ainda tô gostosa.

e agora no palco do seu raul gil, chegara o momento de sua revelação para o mundo. escolheu a dedo a canção. tamanho bom gosto, não foi o suficiente prara driblar as vontades e duvidosas dos jurados.

e em seus passou resignados em direção a cochia é que realmente lhe descobriram. lhe nasciam flores.

nasciam flores.




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