sexta-feira, 5 de setembro de 2008

[subterfúgio póstumo]

Aprendemos a rejeitar as formas estruturalistas e todos os outros sintagmas incongruentes que isso atrair. A cada dia a poesia nos ensina a amar, nos ensina a nos aceitar. A chama, a vida. Aprendemos a amar o amarelo, o vermelho, o azul simplesmente por serem o que são. Descobrimos que o brega deveria chamar-se soul. Descobrimos que morte e vida serverina é a pura pulsação. Ela nos ensinou o que é a classe... a irreverência. E nos deu seu alento por percebermos isso: um momento de glória. Nos mostrou mais uma das faces do duende. E por isso: obrigado. Aprendemos a subir no altar com toda classe. Classe: o poder que todos sentem e ninguém explica; o dominador da estética e das luzes. Bukowski foi quem chegou mais perto. Ela nos mostrou o quão ridículo são os rizinhos sarcásticos. Nos mostrou a mesquinhez das ameaças. Com ela aprendemos o real significado da palavra respeito. Respeito a tudo que é sagrado, a todas as pessoas. E a vida cresce fazendo brotar rosas no asfalto, no peito, na língua. E que de hoje em diante tenhamos serenidade para amar. Eis o legado.
Em memória de Waldic Soriano.

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