domingo, 16 de agosto de 2009

[subterfúgio da regresso]

E Nashtenka voltou. Reapareceu com um eco que Alfredo já havia se acostumado depois de um certo tempo, mas o incomodava quando o silêncio seria o que menos perturbaria sua solidão. O tempo estava enlouquecendo por si só e não havia nada que Alfredo pudesse fazer quanto a isso. Seu passado retornara aos poucos, como um acampamento de ciganos velhos que nunca se cansam de roubar e são todos merecedores do paraíso. Nashtenka voltou idealizando perdão. Afirmando que a razão a abandonara, que no fim ela e se seu príncipe encantado eram só dois pobres diabos. Mas mesmo com tudo aquilo que dizia ter acontecido ela ainda punha a mão no fogo. Negou parte de próprio passado, quando observava ao lado do leito frágil e frio o resto de sua alma que ainda havia, sonhando uma recuperação da mesma sem seqüelas, quando agachada com os olhos cheios de lágrimas clamava em vão nome de deus.

E agora:

Basta lhe estilhaçar uma garrafa vazia de Uísque no crânio. Certo?

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